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O sonho...

Lá estava eu, como sempre e como todas as outras pessoas, querendo dormir e imaginando milhões de coisas... Minha cabeça não para quando eu a coloco no travesseiro. Os dias estavam difíceis e eu precisava de uma resposta, havia perguntas e mais perguntas a serem respondidas. Com certa impaciência, eu me vi conversando, ou tentando conversar, com Deus. Estava com uma espécie de “choro desenfreado”, as palavras saiam da minha boca necessitando serem ouvidas. Percebi o quanto tinha me tornado imatura, e as cenas que vinham na minha cabeça era exatamente essa: Uma criança. Que precisava mais do nunca de um colo. Ao fechar os olhos, implorei, como nunca, um abraço, e Ele veio (...) Não entendi o que estava acontecendo, com os olhos já abertos eu estava em um lugar que nunca tinha visto. Era tudo branco e ao olhar para frente não encontrava o fim, os meus pés pareciam pisar em uma fumaça, um algodão, algo inexplicável. Concentrei-me para não entrar em pânico, e ao virar para o lado percebi que havia um banco, único, pequeno, baixo, e fui ao seu encontro. Uma curiosidade foi despertada e eu soltei então, antes de sentar, uma pergunta: Tem alguém aqui? A resposta veio. A voz era de alguém, que aparentemente era normal, humano, não qualquer um, mas um humano mágico, que apareceu sentado naquele banco. Ao escutar um sim e encontra-lo sentado, o coração acelerou, acabei tomando um susto e ao perceber Ele sorriu. A sensação naquela hora não foi de desespero, eu sabia quem era Ele. Sim, eu sabia, sentia, e a primeira coisa que fiz foi terminar aqueles passos que me separava do banco. Enfim, o abracei. Os sentimentos eram tão fortes que eu não conseguia falar mais nada, com os olhos cheios de lagrimas, senti um orgulho indescritível, olhei nos seus olhos e com um sorriso no rosto, disse: “Papai!”. Aquela palavra explicava tudo que eu queria falar. O agarrei como se tudo na minha vida dependesse daquilo. Não sabia como tudo estava acontecendo, mas sentia que era verdadeiro, sincero, e que aquele rapaz transmitia uma paz nunca sentida por nenhum humano. Ainda em um estado nada explicável, escutei as palavras saindo da sua boca, elas me confortavam: “Estou aqui... Estou aqui.” 
Ainda em prantos, depois de um tempo, consegui sentar e observar cada detalhe do seu rosto. Topei, apertei, queria sentir tudo e ter a certeza que não era apenas um sonho. Segui assim, tão surpresa e começamos a conversar. Infelizmente não me lembro da nossa conversa completa. Foram ditas tantas coisas, pelo menos da minha parte, fiz tantas perguntas. Mas uma coisa eu sempre lembrarei: Ao questionar todos os acontecimentos e explicar o quanto eu queria ser feliz, Ele me perguntou o que eu mais queria naquele momento. Não entendi já que Ele sabia exatamente, e até melhor que eu, as minhas vontades. Parei e pensei por alguns segundos. Quis rapidamente moldar a minha resposta, contendo tudo o que eu mais queria. Sorri, já sabia exatamente o que falar! Soltei: “Um anjo!”. Nesse dia em diante, eu tinha um grande sonho: Ter o meu anjo! A resposta foi imediata: “Você terá, tenha fé.”

- Luyne Matos

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