Essa semana
estava na praia, sentada na minha esteira de um metro, observando cada detalhe
que o mar podia me proporcionar. Estava acompanhada, e num determinado momento
da conversa reparei que havia um caranguejo próximo. Nunca tive problemas com crustáceos,
mas fiquei intrigada imaginando como seria levar um beliscão. Não tirei os
olhos dele! Precisava estar ciente de todos os acontecimentos para não ser pega
de surpresa. Até que fui chamada atenção, precisava me concentrar na conversa.
Tentei esquecê-lo. Mas enquanto ouvia, o procurava. Queria ter a certeza que
ele estava numa distância suficientemente confortável. Até que, por um descuido
de atenção e em questão de segundos, ele sumiu! Não aguentei e deixei claro o meu
medo. “Cadê o caranguejo?”- Perguntei. “Não sei”- Foi a resposta. Fiquei
nervosa. “Vamos para outro lugar”- Pedi. “Se ele não está mais aqui, porque o medo?”-
Fui questionada. Acontece que eu fantasiei uma situação, criei uma história onde um pequeno
e inofensivo caranguejo poderia arrancar um dedo do meu pé. Tive receio, claro.
Mas mesmo com medo, estava no controle, já que sabia muito bem onde ele estava.
Não precisava temer o conhecido. A distância era suficientemente confortável. A
partir do momento em que não o encontro, tenho o desconhecido. Não saber onde o
objeto que te proporciona medo está, é a chave para a fantasia. A primeira
coisa que pensei foi: Ele está aqui! Mesmo não estando. Com isso posso afirmar:
De todos os males, para mim, o desconhecido é o pior.
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