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E eu? Mereço ser estuprada?


Um assunto que, sinceramente, já passou dos limites. Já encheu o “saco”, e que não vai fazer ninguém mudar de opinião. A pesquisa foi lançada ao ar, e acreditem: De todos os entrevistados, 65% eram mulheres.  Ou seja: As próprias mulheres acreditam nessa hipótese. Claro que isso envolve uma cultura, e toda influência masculina que foi imposta há anos. Vivemos no mundo em que a moda se transformou em peças minúsculas. Aliás, o Brasil é conhecido internacionalmente pela escassez das roupas. Um costume que foi crescendo (ou diminuindo, se é que me entende) ao decorrer dos anos. Antigamente existia toda magia em ter um corpo feminino. Era necessário passar por fases: O namoro, o noivado e por fim o casamento, para só assim ter uma abertura em se deliciar nos corpos. Hoje em dia as mulheres estão ocupadas em academias para manter um corpo que os homens adoram, e usam roupas que mostram a consequência da atividade. Um short pelas pernas largas, e metade de uma blusa para cinturas finas. Elas decidiram chamar atenção. Posso estar errada, mas para mim, a partir do momento que uso um top na rua, estou dando a liberdade para alguns olhares. Afinal, é isso que acontece, e é isso que todos nós temos consciência. Se eu sei que isso acontece, fica a critério meu o que devo usar e a consequência. Ou seja, nesse caso, se o homem olha, é porque ele teve a liberdade de olhar, já que estava a amostra. Porém estou falando do olhar, estou falando do pensamento. A palavra “estupro” vem com um grande significado: Ato de forçar ou de obrigar uma mulher, através de violência ou de ameaças, a praticar o ato sexual contra sua própria vontade. Podemos destacar: FORÇAR, OBRIGAR, VIOLÊNCIA, AMEAÇAS, SEXO, VONTADE. Olha quantas palavras pesadas foram necessárias para um único significado. Um estuprador é um doente (na minha leiga opinião), que FORÇOU, OBRIGOU, FEZ AMEAÇAS, VIOLENTOU uma vítima. Esta que não tem escolha sobre a atitude, e que está sendo forçada a algo, da qual ela NÃO TEM CULPA. Ela não tem culpa que um doente estar abusado dela, ela não tem culpa! Se existe um estuprador procurando sua presa, ele vai atacar a qualquer pessoa desde que tenha oportunidade. Ou vocês acham que ele vai olhar para uma mulher passando a sua frente, a sós, no escuro, DE CALÇA e pensar: “Não, essa não, ela está de calça”. Quem pensa que as mulheres têm culpa, está trocando uma vontade sexual, por uma doença. Sim, a mulher tem culpa que um homem olhe para o corpo dela QUE ESTÁ exposto e sinta vontade do ato sexual. OUTRA COISA É DOMINAR O DESEJO DE UM DOENTE, QUE NECESSITA ABUSAR DE ALGUÉM. Gente, abusar é diferente de desejar! Para um bem maior, só usarei calças. E caso um dia (e com todas as forças do mundo, espero que não) aconteça comigo, eu vou olhar para ele e dizer: “MAS EU ESTOU DE CALÇA! EU MEREÇO SER ESTUPRADA?”
Perdoem-me pelas palavras fortes.

Luyne Matos

Hoje é só mais um dia.



Estava pensando no quanto a monotonia é mais presente do que eu imaginava. Pensei na possibilidade de VIVER ser uma rotina, afinal, vivemos todos os dias. Talvez, eu seja uma rotina! Tenho o mesmo corte e cor de cabelo há anos. Os meus olhos mudou de azuis para verdes quando eu tinha quatro anos, e até hoje continuam verdes. Sou branca desde que nasci, e peso 47 kg desde os meus 14 - não se assustem com o meu peso -. De todas estas, a que eu mais achei confortável foi o fato de saber que meu coração bate constantemente. Que alívio! Mas foi justamente nesse momento que repensei. Os batimentos do meu coração, que nesse momento está há 98 batimentos por minuto, se renovam. Que descoberta! Liguei o computador, e procurei saber como tudo funciona. Descobri que num corpo em repouso, são bombeados 5 litros de sangue por todo o organismo em apenas um minuto. Cinco litros! Sangue esse que pode ser gerado a cada mês. Ou seja, os batimentos nunca serão os mesmos. Sempre terá algo novo, mesmo que não se perceba ou enxergue. Mas não parei por aí. Lembrei que o cabelo cresce a cada mês, e que os fios caem, para só então nascer novos fios. Sem falar no sistema respiratório que em cada respiração, é inalado meio litro de ar. Calculando-se um ritmo médio de 12 inspirações por minuto (quando se está tranquilo), entram para os pulmões 17 000 litros de ar por dia. A cada minuto tenho várias doses novas de oxigênio. Os cílios duram três a cinco meses, e a pele se inova a cada 30 dias. Por uma surpresa maior, descobri uma célula que se renova A CADA DIA! Não acreditei. Não acreditei que por todos esses anos eu nunca fui a mesma, e que estou constantemente em mudança. Estou sempre me reorganizando, é da minha natureza. Acho que meus pensamentos estão precisando de uma reforma. Com tudo isso, me sinto renovada. Hoje é só mais um dia, um dia que acordei nova. Cuidado: Em reforma.

Luyne Matos

Tudo que vicia começa com "C".

"Por alguma razão que ainda desconheço, minha mente foi tomada por uma ideia um tanto sinistra: vícios. Refleti sobre todos os vícios que corrompem a humanidade. Pensei, pensei e, de repente, um insight: tudo que vicia começa com a letra C! De drogas leves a pesadas, bebidas, comidas ou diversões, percebi que todo vício curiosamente iniciava com cê. Inicialmente, lembrei do cigarro que causa mais dependência que muita droga pesada. Cigarro vicia e começa com a letra c. Depois, lembrei das drogas pesadas: cocaína, crack e maconha. Vale lembrar que maconha é apenas o apelido da cannabis sativa que também começa com cê. Entre as bebidas super populares há a cachaça, a cerveja e o café. Os gaúchos até abrem mão do vício matinal do café mas não deixam de tomar seu chimarrão que também - adivinha - começa com a letra c. Refletindo sobre este padrão, cheguei à resposta da questão que por anos atormentou minha vida: por que a Coca-Cola vicia e a Pepsi não? Tendo fórmulas e sabores praticamente idênticos, deveria haver alguma explicação para este fenômeno. Naquele dia, meu insight finalmente revelara a resposta. É que a Coca tem dois cês no nome enquanto a Pepsi não tem nenhum. Impressionante, hein? E o computador e o chocolate? Estes dispensam comentários. Os vícios alimentares conhecemos aos montes, principalmente daqueles alimentos carregados com sal e açúcar. Sal é cloreto de sódio. E o açúcar que vicia é aquele extraído da cana. Algumas músicas também causam dependência. Recentemente, testemunhei a popularização de uma droga musical chamada "créeeeeeu". Ficou todo o mundo viciadinho, principalmente quando o ritmo atingia a velocidade... cinco. Nesta altura, você pode estar pensando: sexo vicia e não começa com a letra C. Pois você está redondamente enganado. Sexo não tem esta qualidade porque denota simplesmente a conformação orgânica que permite distinguir o homem da mulher. O que vicia é o "ato sexual", e este é denominado coito. Pois é. Coincidências ou não, tudo que vicia começa com cê. Mas atenção: nem tudo que começa com cê vicia. Se fosse assim, estaríamos salvos pois a humanidade seria viciada em Cultura..."

Luiz Fernando Veríssimo
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O planeta Terra

(...) Por fim ela conseguiu chegar na terra e encontrou os humanos. A princípio achou engraçado o fato de não terem observado uma presença tão estranha, e quando teve a primeira oportunidade foi questiona-los sobre o que sabiam da vida. Tudo ficou em silêncio. Percebeu então que aquelas historinha de "homens desenvolvidos" não passava de ilusão. Passou tanto tempo em seu mundo, acreditando e sonhando com esse encontro, idealizando uma troca de experiências. Pois bem, desiludida, tentou continuar uma conversa. Foi quando tudo começou a desabar. "Eles eram capazes de destruir a si mesmo? Como?". Queria saber o motivo de tudo, não entendia como eram capazes disso! Foi descobrindo que nesse mudo a violência era mais importante, o orgulho, a inveja... Que um abraço é simplesmente um encontro de corpos, se moldam ao lugar, aos grupos, como se não tivessem uma personalidade definida. Não sabem que pessoas gostam de ouvir pessoas, vivem numa zona de conforto, se auto-bloqueiam! Constroem situações difíceis, e seguem de olhos fechados para não enxergar nada, fogem dos problemas e se sentem capazes de tudo dessa maneira. Não pensam em coisas diferentes com frequência, é sempre tudo esperado. Não há novidade em viver, é mecânico. Estão na era das maquinas, ELES são as máquinas! Acreditava fielmente nisso, e a cada resposta tinha a certeza que de evolução eles não entendiam. "Destroem o próprio mundo para a necessidade de uma época!?". E sem aguentar ouvir tanta hipocrisia, gritou: "É tudo uma mentira!". Foi enganada em seu mundo, e precisava voltar para ele e contar a todos a verdade sobre o planeta Terra. Não sabia como continuavam vivendo assim. Sentiu uma necessidade em ajuda-los... Pena que o fato de se acharem os melhores bloqueava qualquer tipo de apoio. "Esse mundo é estranho, eles esqueceram de viver". E se despediu com um beijo, acreditando numa continuidade do seu ato (...).

Audição?

Acordei e imediatamente algo que me fez parar por alguns segundos diante de uma rotina. Logo percebi que seria um dia diferente. Não sei ao certo o sentimento, acho que DESESPERO se enquadra. Era para eu estar no modo mecânico, fazendo toda a monotonia diária, mas percebi que o meu ouvido direito estava em modo silencioso. Culpei-me! Há algumas semanas atrás quis silenciar o mundo por alguns minutos de estresse. Pensei o quanto seria BOM (isso mesmo, usei esse termo) ficar surda. Queria uma calmaria, estava saturada das palavras, do barulho do mundo. Queria sossego, tranquilidade, uma ausência do som. E naquele momento, uma parte de mim parecia estar de acordo em realizar o meu pedido. Será que estava realizando justo este? A sensação era de estar tapado, completamente tapado. Quanto incomodo! Antes de tomar qualquer atitude, o medo apareceu.  Como eu nunca tinha reparado a importância da audição? Sabia que poderia ser por conta do resfriado que estava passando, mas e se eu parasse de escutar tudo para sempre? Que medo! O mundo no mudo. Com certeza preferi ouvir a voz da minha avó brigando comigo novamente, mas lembrei de outros sons. Eu, uma amante da música, como viveria sem? Como seria pegar meu violão, e ao tocar não escuta-lo? Seria como viver no mundo imaginário. Olhar para uma árvore se balançando com o vento, e fazer um esforço para lembrar o som que ela faz. A rotina mudaria completamente. Pegar ônibus, não ouvir carros, buzinas, que perigo! As conversas? Como seria? Meus amigos mais próximos, o que fariam? A comunicação é essencial, ainda mais para uma estudante de JORNALISMO. O que seria da minha profissão? Da minha autoestima? Quantos sons já haviam passado por mim sem importância? Quantas palavras ditas? Quantas vozes não ouvidas? Eu, que tenho como característica a paciência em “ouvir as pessoas”, a perderia? Em meio aos sentimentos, lembrei-me de uma frase: “Cuidado com seus pedidos, eles podem se realizar”. (...)

- Luyne Matos

O açougue diferente


É simples: O cliente fica bonito, põe perfume, coloca a melhor roupa e sai em busca do seu produto: a carne humana. Escolhe, então, um lugar arejado, amplo, de fácil entrada, e de preferência com muitas opções. Não está preocupado com a escassez, com outros clientes, e muito menos com o açougueiro. Ao chegar encontra ao seu redor várias carnes esperando serem apreciadas, os tipos são variados. Todas penduradas, paradas, esperando o caçador passar ao seu lado avaliando com olhos cheios de fome. Estão batidas, temperadas em um salão de beleza por horas. Se limitam na espera, as vezes entram em conflito, as vezes conversam entre si sobre as escolhas. Até que se encontram, o cliente acha a sua favorita e experimenta, não há uma compra, é só uma apreciação. Degusta, se satisfaz. Por fim, come, mas só pela metade. E vai... Cada um volta ao seu lugar. A carne se pendura, esperando o outro, e o cliente vai em busca de uma outra carne.

- Luyne Matos

O sonho...

Lá estava eu, como sempre e como todas as outras pessoas, querendo dormir e imaginando milhões de coisas... Minha cabeça não para quando eu a coloco no travesseiro. Os dias estavam difíceis e eu precisava de uma resposta, havia perguntas e mais perguntas a serem respondidas. Com certa impaciência, eu me vi conversando, ou tentando conversar, com Deus. Estava com uma espécie de “choro desenfreado”, as palavras saiam da minha boca necessitando serem ouvidas. Percebi o quanto tinha me tornado imatura, e as cenas que vinham na minha cabeça era exatamente essa: Uma criança. Que precisava mais do nunca de um colo. Ao fechar os olhos, implorei, como nunca, um abraço, e Ele veio (...) Não entendi o que estava acontecendo, com os olhos já abertos eu estava em um lugar que nunca tinha visto. Era tudo branco e ao olhar para frente não encontrava o fim, os meus pés pareciam pisar em uma fumaça, um algodão, algo inexplicável. Concentrei-me para não entrar em pânico, e ao virar para o lado percebi que havia um banco, único, pequeno, baixo, e fui ao seu encontro. Uma curiosidade foi despertada e eu soltei então, antes de sentar, uma pergunta: Tem alguém aqui? A resposta veio. A voz era de alguém, que aparentemente era normal, humano, não qualquer um, mas um humano mágico, que apareceu sentado naquele banco. Ao escutar um sim e encontra-lo sentado, o coração acelerou, acabei tomando um susto e ao perceber Ele sorriu. A sensação naquela hora não foi de desespero, eu sabia quem era Ele. Sim, eu sabia, sentia, e a primeira coisa que fiz foi terminar aqueles passos que me separava do banco. Enfim, o abracei. Os sentimentos eram tão fortes que eu não conseguia falar mais nada, com os olhos cheios de lagrimas, senti um orgulho indescritível, olhei nos seus olhos e com um sorriso no rosto, disse: “Papai!”. Aquela palavra explicava tudo que eu queria falar. O agarrei como se tudo na minha vida dependesse daquilo. Não sabia como tudo estava acontecendo, mas sentia que era verdadeiro, sincero, e que aquele rapaz transmitia uma paz nunca sentida por nenhum humano. Ainda em um estado nada explicável, escutei as palavras saindo da sua boca, elas me confortavam: “Estou aqui... Estou aqui.” 
Ainda em prantos, depois de um tempo, consegui sentar e observar cada detalhe do seu rosto. Topei, apertei, queria sentir tudo e ter a certeza que não era apenas um sonho. Segui assim, tão surpresa e começamos a conversar. Infelizmente não me lembro da nossa conversa completa. Foram ditas tantas coisas, pelo menos da minha parte, fiz tantas perguntas. Mas uma coisa eu sempre lembrarei: Ao questionar todos os acontecimentos e explicar o quanto eu queria ser feliz, Ele me perguntou o que eu mais queria naquele momento. Não entendi já que Ele sabia exatamente, e até melhor que eu, as minhas vontades. Parei e pensei por alguns segundos. Quis rapidamente moldar a minha resposta, contendo tudo o que eu mais queria. Sorri, já sabia exatamente o que falar! Soltei: “Um anjo!”. Nesse dia em diante, eu tinha um grande sonho: Ter o meu anjo! A resposta foi imediata: “Você terá, tenha fé.”

- Luyne Matos

Cuidado com a ABIOSE.



Estava lendo o dicionário, por pura curiosidade, e me deparei com a palavra ABIOSE. O significado me chamou atenção: Ausência de vida. Continuei a pesquisar pela internet o seus sinônimos e outros significados, tentando identificar na minha memória se já havia aprendido essa palavra estudando biologia. Bom, nunca fui uma boa aluna nessa matéria, e com certeza já estava esquecida do termo. Lendo, fiquei surpresa! "Estado de quem não tem condição ou aptidão para viver". Posso estar equivocada, mas assim que li essa frase pensei: "A doença do século!". A Abiose, pelo o que eu entendi, não é considerada uma doença, mas vou trata-la como. Em um mundo tão moderno, cheio de entretenimentos e tecnologia, nos deparamos com uma juventude "fraca". Uma juventude depressiva, ansiosa... São jovens, que mesmo contendo uma arsenal de produtos e materiais, se descobrem vazios. Em algumas pesquisas, que sendo sincera não sei o tamanho da verdade, descobri que a depressão entre os jovens de 18 a 29 anos aumentou, e olha que com isso não se brinca. A aptidão para a viver, o anseio das conquistas, os sonhos, se esconderam atrás das telinhas dos computadores. O companheirismo está voltando ao celular, onde se conversa com quem está ao seu lado fisicamente. E eu pergunto: Com tanta tecnologia, será que vai existir uma que fará a ficha dos jovens cair? Cuidado com a abiose!

Nome: Abiose.
Sintomas: Falta de sonhos, medo do fracasso, ausência de uma conversa entre amigos -fisicamente-, escassez de abraços, estresse, raiva, medo do futuro, abdicar de momentos felizes, etc...
Remédio: Viver.
OBS: Se persistirem os sintomas, o paciente deverá procurar alguns amigos.

 - Luyne Matos