Menu

O passarinho...



A orla de Aracaju me encanta, e os motivos são diversos. Vez ou outra sinto a necessidade em repor as energias ouvindo o som do mar. Há sempre uma cena, uma atitude que me encanta em meio aos passeios. Gosto de observar, quem me conhece sabe. Mês passado estava passeando de bicicleta, eu adoro, quando encontrei um pássaro no meio do caminho. Esse era especial, a ponto de me fazer parar. A cena era simples: Um pássaro que insistia em ir de encontro ao vento. Ele batia as asas, mas não saía do lugar. Por vezes ficava mais alto, por vezes ficava mais baixo, mas quanto ao lugar: Era sempre o mesmo. A força era clara, mas o vento não ajudava. O engraçado é que ele não desistia. Eu continuei parada, observando. Queria ver o momento exato em que ele conseguisse sair. Se passaram cinco minutos, e ele continuava batendo as asas. Fiquei pensando na possibilidade dele estar cansado, e que em poucos minutos desistiria. Fui enganada! Dez minutos depois ele continuava no mesmo lugar, e eu também. E ali estava seu problema, soprando com força, mas a desistência parecia utopia. Comecei a me sentir mal, quem dera eu, um ser humano que é considerado o animal mais inteligente, ter a mesma força de vontade. Se passaram quinze minutos, e dessa vez eu não desisti. Observava com o intuito de absorver para mim toda aquela disposição em enfrentar. Enfrentar. Enfrente! Em frente. Era assim que ele devia pensar. Até que chegou o momento. Foram dezoito minutos. O final não foi o que eu esperava, mas foi surpreendente! O pássaro que insistia em en(m)frent(e)ar deu a volta e se aproveitou do problema, se aproveitou do sopro, e pegou carona. Voou sem fazer muita força. O que antes era um problema, ele adjetivou na sua vida. O vento que antes ia de encontro, agora fazia parte do seu voo, era sua ajuda. Aprendi com um passarinho que é melhor sentir e deixar fluir do que lutar e viver preso a um problema. Preciso aproveitar meu voo!


Luyne Matos

Nenhum comentário:

Postar um comentário